Sabe aquele lugar que você vai e não ver a hora de voltar? Alter do Chão foi assim, foram dias memoráveis que quero repetir o quanto antes!
Afinal, é lá que fica a praia de água doce mais bonita do Brasil, banhada pelo Rio Tapajós, conta com mais de 300 praias em sua maioria de areia branca e fina, água morna e cristalina em tons de verde e azul…
Mas este é apenas um dos encantos que você encontrará nessas terras amazônicas.
Quase todo dia o céu dá um espetáculo ao entardecer, é uma beleza sem tamanho!
E agora eu vou contar pra vocês como me apaixonei por esse pedaço tão especial do Pará, me acompanhe até o fim para saber tudo o que precisa para conhecer e se apaixonar também, tenho certeza que vai amar.
Como chegar em Alter do Chão
Carinhosamente chamada de “Caribe Amazônico”, Alter do Chão é um vilarejo de Santarém-PA, são cerca de 38km do município e 30km de seu aeroporto internacional, o acesso é pela pela PA-457, ela é asfaltada e no momento que fui (agosto/18) estava em obras de duplicação para facilitar ainda mais.
A malha aérea pode ser um pouco complicada, há voos com duas ou mais conexões, chegando e/ou saindo de madrugada, mas pesquisando bem pode encontrar opções interessantes (e ainda é mais um motivo para parar e conhecer outro lugar), geralmente Brasília é o local mais estratégico para conectar.
As vias fluviais são outros meios comumente usados por turistas e principalmentes locais, rotas como Belém/Santarém (4 dias) e Manaus/Santarém (30 horas) saem diariamente.
Ao planejar o trajeto dessa forma, pesquise bem as empresas de transporte para ter uma viagem tranquila.
Nas embarcações você pode dormir em rede (necessário comprar) ou reservar uma cabine, a estrutura é completa com chuveiro, restaurante e alguns contam com ar condicionado, mas vá ciente que é simples.
Durante as paradas é possível fazer compras nos mercados dos portos e também há ambulantes oferecendo seus produtos diversos.
Melhor época para visitar Alter do Chão
Quente o ano todo, o destino é marcado por duas épocas, cheia e seca.
Na cheia (janeiro à julho), é quando os passeios de barco predominam, a vila está bem pacata e é o período mais chuvoso também.
Já na seca (agosto à dezembro), surgem os bancos de areia e as praias são os principais atrativos.
As praias podem começar a surgir um pouco antes e terminar um pouco depois da época citada, como a instabilidade do clima cada vez maior no decorrer dos anos, fica mais difícil prever, mas terá suas particularidades em cada época.
Agora que você já sabe como chegar e as características do clima durante o ano, vamos ao que interessa, o que fazer em Alter do Chão?
Fique com mais esse pôr do sol incrível para continuar se encantando com Alter.
O que fazer em Alter do Chão
Bom, mais uma vez digo que quanto mais tempo, melhor para aproveitar cada local e ainda ter um tempo para descansar, além de incluir na rota algo que não estava previsto.
No píer da vila ficam os barqueiros associados de onde saem os passeios, você pode montar seu itinerário do dia diretamente com eles ou entrar em um grupo que esteja disponível e também fazer uma reserva antecipada que é válida principalmente se estiver indo em alta temporada.
Posso dizer que conheci o principal em cinco dias, pude aproveitar momentos relax e de quebra curtir bem as noites da Vila, mas fique mais se puder com certeza!
A praia mais bonita do Brasil que comentei lá em cima é a Ilha do Amor, eleita pelo jornal “The Guardian” em 2009, ela está em frente à Vila de Alter e em cinco minutinhos de canoa ou barco você já está do outro lado, no auge da seca é possível atravessar andando.
A travessia custa cinco reais para até quatro/cinco pessoas, outra forma de renda para os barqueiros na alta temporada.
Ainda na Ilha do Amor, está a trilha que leva até a Serra da Piraoca (pira = peixe; oca = casa – casa de peixe), que dá uma visão 360° bem bacana em 110 metros de altura, a caminhada leva cerca de 1h a trilha é bem demarcada e apesar de curta, tem uma subida íngreme que pode ser comprometedora dependendo do condicionamento.
A dica aqui é ir bem cedo ou no fim da tarde (a tempo de voltar com luz), para evitar o sol forte, pois o caminho não há muitas sombras, proteja-se e hidrate-se bem.
Em seu topo há um cruzeiro de cinco metros que foi colocado pelos jesuítas colonizadores da região, lá já foi palco de muitas procissões e antes rituais indígenas, algumas histórias cercam o local que o torna mais interessante, mas isso eu deixo você descobrir lá.
O retorno segue pela mesma trilha com um merecido banho no Tapajós no final da descida.
O Lago Verde é outro atrativo que você visita sem um grande deslocamento de barco, baía de vegetação submersa que fica separado do Tapajós na seca, pode-se adentrar ao meio das árvores com possibilidade de observar peixes e aves, a conhecida Floresta Encantada tem uma paisagem realmente interessante, quer ver?
Encantador mesmo, não?
O Lago Verde é super preservado, possui 14 nascentes em cerca de 10km de extensão, na Floresta Encantada especificamente, o ideal é ir na cheia, pois o nível do rio não permite a passagem em certos pontos, mesmo em canoas.
Esticando um pouquinho mais de barco chega-se a Praia Ponta de Pedras, o acesso de carro também é possível, são 23km de distância da Vila, com estrutura de barracas com alimentos e bebidas é outra opção para o fim de tarde.
Em mais um deslocamento rápido está a Ponta do Jari, um canal natural que liga os rios Tapajós Amazonas de água transparente e barrenta, abrigo de espécie de aves que se exibem no começo e fim do dia e dependendo da época do ano é possível avistar botos, jacarés e outras espécies.
Seguindo pelo Canal do Jari você percebe mais vida animal e passa por mais comunidades, a navegação faz com que você aprenda um pouco mais em cada “esquina”.
Foi lá que eu me surpreendi muito com as vitórias-régia e a visita à casa de uma local, a Dulce, que pasmem, usa quase 100% da planta para elaborar pratos jamais imaginados, sua raiz tem um tipo de pipoca muito parecida com a do milho, inclusive o gosto, você vai ver a foto aí embaixo e dos outros pratos que ela faz.
Aqui temos bolinho e torta feitos com a folha refogada, o caule de sabor leve e textura parecida com gengibre servido com shoyu é muito bom, a farofa da pipoca triturada e a pipoca propriamente torrada, o sabor era familiar, mas de origem totalmente desconhecida até então.
No fim do dia mais um pôr do sol mais ou menos para apreciar na Ponta do Cururu que é só sossego, uma praia sem estrutura onde os barcos fazem uma parada estratégica para este momento.
Não muito longe da Casa do Saulo tem outro cantinho bacana, ou melhor, um cantão, o Lago Preto, cercado por uma vegetação densa e não muito alta, parece uma piscina natural, assim como o Lago Verde, se o nível do rio estiver muito alto ele some.
De preto não tem nada, a água é cristalina e dá pra ver vários peixes, pra quem gosta de dar umas boas braçadas esse é o lugar perfeito.
E pra fechar, um dos passeios mais procurados, a visita na FLONA é imperdível, a partir de algumas comunidades do entorno é possível fazer trilhas guiadas pelos moradores locais.
A Floresta Nacional do Tapajós é rica e imponente, a verdadeira amostra de Amazônia que sempre idealizei, uma floresta densa, árvores enormes.
Vários recursos foram se revelando durante a trilha: ervas, pomadas, nutrientes, etc… realmente a natureza tem tudo o que precisamos.
Neste programa que dura o dia todo, mais afastado ganhando um tempo extra de barco, está a comunidade Jamaraquá onde começa uma das trilhas da FLONA, a Trilha do Piquiá tem 9,1km feito em média de quatro a cinco horas.
Agora da uma olhada na próxima foto e me diz se tem coragem!
O bicho do coco entra no coco por um buraquinho minúsculo enquanto ainda não se desenvolveu, lá no abrigo ele come toda sua massa crescendo bem, deixando o coco oco a espera que algo ou alguém abra.
Ele é um ótimo nutriente, quem comeu disse ser saboroso com gosto de coco mesmo.
Terminando a trilha há restaurante na comunidade, loja de artesanato e algumas redes, vá com calma e ainda passe na comunidade vizinha.
A Maguari que tem peças variadas em látex produzido de maneira ecológica e outros artesanatos.
Onde ficar – Hotéis, Pousadas e Cruzeiros
Hospedagem na Vila vs Cruzeiro.
Na minha opinião as duas opções são boas, quando você fica na Vila tem acesso a todos os bares, restaurantes e entretenimento.
Mas levando em consideração o aproveitamento diurno, pense que sempre terá navegações envolvidas e acordar no barco ou percorrer o trajeto à noite ganhará tempo.
O barco funciona muito bem para programas em grupos maiores de amigos ou família, fechando um barco a flexibilidade é total para explorar e nos picos de visitação é uma alternativa para evitar o grande fluxo de pessoas.
Hostels, campings e casas de aluguel são mais ofertas da região.
Independente de sua escolha certamente ficará satisfeito, pois a hospitalidade dos locais é muito confortante, você se sente em casa acolhido com tantos sorrisos.
E não descarte a possibilidade de ficar em Santarém ou Belterra que também são acesso para outros atrativos e praias que são inúmeras.
Você pode encontrar também os melhores hotéis e pousadas com os melhores preços clicando aqui, ou fazendo uma pesquisa através do buscador abaixo:
POUSADAS
Pousada do Mingote
Ocazum Pousada Boutique
Pousada Sustainable Alter
P Encantos da Amazônia
Selvagem Tours
Pousada Cunhantã
Pousada Copacabana
Pousada Flora
Pousada Restaurante Amazônia
Pousada Luar de Alter
Pousada Tropicaliente
P Sorriso da Mata
Pedra do Sol Pousada
Aurora Boreal Pousada
Pousada Lumi
P Ponta das Pedras
Pousada Eco Alter
Pousada Cabocla
Pousada Casa do Ivo
Pousada da Mada
Pousada Coração Verde
Pousada Vila Alter
P Recanto Maguary
Pousada Alterosa
Pousada Serra da Lua
Pousada Ximango
Pousada Maraka
HOTÉIS
Hotel Mirante da Ilha
Belo Alter Hotel
Hotel Pousada Tapajós
Agualinda Hotel
CHALÉS
Pousada Chalé Joana
Chalés Casa de Vidro
Chalés Ponta de Pedra
Cultura e Gastronomia
E calma que tem mais!
Falando na Vila, depois de um dia cheio de muitas experiências, cai a noite para aproveitar a parte gastronômica e cultural, os bares e restaurantes são variados com pratos típicos e alternativos, há opções para todos os gostos e bolsos, muito peixe, farinha e açaí te esperam.
Outro lugar que gostei muito foi o restaurante Casa do Saulo, conheci pela internet antes de viajar e decidi testar, mas não sabia em detalhes como era, só vi que tinha um conceito bacana e certa fama, fui sem expectativas.
Chegando lá, o píer fica numa praia praticamente exclusiva, como restaurante está ao pé do morro, são três lances íngremes de escada até a área principal, mas antes dela no lance abaixo há piscina e fita de slackline para completar.
Um ambiente bem acolhedor com staff atencioso, a especialidade são os pratos regionais, todos os sabores e temperos da Amazônia feitos com produtos selecionados, foi uma grata e deliciosa surpresa, recomendo muito, é aberto apenas para almoço.
A movimentação é maior a partir de quinta-feira, as noites são preenchidas com muita música e cada dia você encontra um ritmo diferente em um lugar diferente, que foi de reggae à chorinho ao mais esperado Carimbó raiz com os locais na rua principal, é contagiante, impossível não se deixar levar e arriscar uns passos.
O artesanato também é outro destaque.
Uma das principais lojas, a Araribá tem um acervo riquíssimo de dezenas de etnias da região Norte, sendo uma das mais importantes do segmento, para quem quer se aprofundar no tema, é possível fazer visita guiada previamente combinada.
Vale muito levar ao menos uma peça e se você é mais chegado nas compras, vá preparado, pois pode desembolsar uma quantia considerável para esse investimento, são peças incríveis e boa parte exclusivas.
E não poderia deixar de comentar sobre o maior festival da região, a Festival do Sairé de origem religiosa que posteriormente teve seu lado profano incorporado, atrai muitos paraenses e gente de todos os cantos do globo, a manifestação folclórica que acontece todo mês de setembro é uma tradição muito forte.
Assim como em Parintins, há a disputa dos bois Caprichoso e Garantido, porém em Alter do Chão a disputa é entre botos, o Tucuxi e o Cor de Rosa, no festival são feitas apresentações em carros alegóricos com coreografias fantásticas, um carnaval à parte.
Conclusão
E aí, muita coisa né? Esse mix de possibilidades é muito interessante e foi o que me ganhou, não consigo eleger o que mais gostei, o conjunto geral não poderia ter sido melhor, fui embora querendo ficar.
Agora me diz aí, o que achou dessas dicas? Mais fácil para conhecer? Já sentiu o gostinho da paixão? hahaha aposto que sim.
Se já foi lá e fez algo diferente comenta aqui pra somar, ou fala um pouco sobre o que mais gostou, se teve algum perrengue pra gente evitar.
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Até mais! 😉
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